De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que cerca de 200 mil pessoas no Brasil tenham a Doença de Parkinson. Conhecida por ser crônica, degenerativa e progressiva, ela atinge principalmente idosos acima de 65 anos e é a segunda doença neurodegenerativa mais comum em todo o mundo.
É comum identificar a presença da doença a partir dos tremores nas mãos, mas de acordo com Isabelle Mendes, geriatra e professora do Instituto de Educação Médica (IDOMED), é importante ficar atento a sinais anteriores. “Ela é diagnosticada principalmente pelas suas limitações motoras, como o tremor das mãos, a bradicinesia ou lentidão, e também a rigidez muscular. No entanto, é importante lembrar que antes de tudo isso existem as manifestações não-motoras, como alteração do olfato, depressão e alterações no sono”.
A doença ainda não tem cura, mas é possível oferecer qualidade de vida ao paciente através do tratamento adequado. “O tratamento é realizado de forma farmacológica e também a partir do acompanhamento com uma equipe multidisciplinar. São utilizados medicamentos que aumentam a dopamina no sistema nervoso central, o que acarreta na melhora dos sintomas motores”, destaca a especialista.
Acompanhamento multidisciplinar
Para obter melhores resultados no acompanhamento de pacientes com Doença de Parkinson, é essencial a avaliação e o cuidado de uma equipe multidisciplinar de profissionais. Além do geriatra, o neurologista, fisioterapeuta, psicólogo e fonoaudiólogo devem compor a equipe.
O profissional da fisioterapia, por exemplo, atua no estado físico geral, buscando restaurar e/ou manter a independência nas atividades de rotina. De acordo com o fisioterapeuta William Torres, coordenador do curso de fisioterapia da Estácio, “através de técnicas de relaxamento conseguimos reduzir os tremores, a rigidez muscular e a ansiedade. O fisioterapeuta também deve realizar exercícios ativos e de reforço muscular, treinos de equilíbrio e coordenação para prevenir quedas. Esse conjunto de atividades é o que garante essa independência do paciente”.
A atuação do psicólogo também é essencial, pois muitos pacientes e familiares enfrentam dificuldades em aceitar o diagnóstico. Além disso, o paciente pode passar por mudanças de humor, ansiedade e depressão. A psicóloga e coordenadora do curso de psicologia da Estácio, Leidiana Silva, explica que “o psicólogo trabalha a aceitação do diagnóstico de forma sensível e respeitando a subjetividade em todo o processo. Além disso, ensina técnicas para melhorar o sono e auxilia a lidar com as mudanças que ocorrem constantemente”.
É importante destacar que o cuidador também necessita de acompanhamento. Quando o cuidador é um familiar, as principais dificuldades incluem a aceitação da inversão de papéis e a adaptação à mudança da rotina, que agora envolve o cuidado de uma pessoa que antes era totalmente independente. “Cada pessoa lida de maneira única com as situações da vida, e, por isso, é necessário direcionar um tratamento e atenção específicos para cada caso”, finaliza Leidiana Silva.
Por: Camila
Vasconcelos - Jornalista ( Instituto de Educação Médica (IDOMED)