As altas temperaturas registradas em vários pontos do Ceará nas últimas semanas têm gerado preocupação e levado muitas pessoas às emergências médicas, principalmente devido à desidratação. Em meio a dias quentes, é importante compreender os riscos à saúde provocados pela exposição ao calor e os principais cuidados que se devem ter para evitar maiores consequências negativas ao corpo.
A especialista em clínica médica e professora do Instituto de Educação Médica (IDOMED), Bruna Custódio, alerta que as altas temperaturas podem desencadear desde desconfortos temporários, como tonturas e náuseas, até condições mais graves. “As desidratações, por exemplo, podem gerar uma alta concentração de sódio no sangue e isso acaba gerando repercussões neurológicas, inclusive o coma”, afirma.
A médica explica que a desidratação acontece devido à evaporação da água do corpo e a não reposição rápida dela. “70% do organismo humano é composto por água e ele depende da água para funcionar. Os idosos, por exemplo, sofrem mais com esse problema, pois têm uma particularidade que é a de perder a sensação de sede. No calor, eles acabam não repondo a água da forma adequada e sofrem com a desidratação grave”.
A médio prazo, a Dra. Bruna Custódio afirma que as longas exposições ao calor excessivo podem causar complicações de doenças de pele, insolação de segundo grau e, a longo prazo, podem provocar o desenvolvimento de câncer de pele. “É uma realidade muito viva e que tende a aumentar devido à situação térmica que estamos vivendo hoje no Brasil”. Para evitar problemas, ela orienta beber muita água, evitar bebidas que possam levar à desidratação, como o álcool, além de buscar estar em ambientes arejados, usar roupas leves e aplicar protetor solar.
“Mesmo o ser humano tendo a capacidade homeostática de se adaptar a temperaturas diversas, existe limite para essa condição. As pesquisas mostram que há uma perspectiva de que a sensação de calor aumente ainda mais. Caso aconteça, as pessoas podem morrer de hipertermia, que é quando o corpo fica com uma temperatura mais elevada do que o normal. O corpo entra em uma briga térmica que às vezes acabamos perdendo. Portanto, proteger-se dos riscos associados às altas temperaturas é o melhor a fazer”, finaliza.
Por Camila Vasconcelos / Jornalista
– IDOMED – IGUATU