Você não conseguiria ler esse texto se não fosse por ele, que caracteriza a porção mais importante do sistema nervoso. A partir dele, surgem os impulsos elétricos que controlam todo o corpo, sendo assim responsável pelas ações voluntárias e involuntárias do corpo humano. Ou seja, estamos falando daquele que pode ser considerado o principal órgão de homens e mulheres: o cérebro. O que muitos erroneamente acreditam se resumir a uma “massa cinzenta dentro da cabeça”, ainda é capaz de gerar muitas dúvidas em profissionais com décadas de experiência. E não é à toa. Diante de toda a sua complexidade, o cérebro segue sendo também o órgão mais sofisticado e, ao mesmo tempo, mais desafiador para os médicos. Especialistas afirmam que ainda não se sabe bem, por exemplo, qual é a lógica utilizada pelo cérebro para produzir determinados pensamentos ou sensações. Mas enquanto os estudos avançam, a Organização Mundial da Saúde (OMS) já mapeou mais de 600 doenças neurológicas, ou seja, patologias que costumam ter impactos diretos nas capacidades motora, sensitiva, cognitiva e comportamental de uma pessoa. “Seja um Acidente Vascular Cerebral (AVC), uma simples enxaqueca ou até mesmo Mal de Parkinson. Não importa. Todas essas doenças têm algo em comum, estão diretamente relacionadas à saúde neurológica, ou seja, com o funcionamento do cérebro. É por isso que as pessoas precisam estar atentas aos sinais do principal órgão do corpo humano”, enfatiza o Dr. Saulo Teixeira – neurocirurgião e diretor da Cooperativa dos Médicos Neurologistas e Neurocirurgiões do Ceará. Em 2023, a Federação Mundial de Neurologia e a Federação Mundial de Neurorreabilitação trazem para o Dia Mundial do Cérebro a discussão sobre o tema “Saúde do Cérebro e Deficiência”. A ideia da campanha é compartilhar informações importantes relacionadas ao impacto global das deficiências neurológicas. O tema pretende inspirar profissionais de todo o mundo para o preenchimento de lacunas na educação e sensibilização para a deficiência cerebral. E, assim, derrubar barreiras nos cuidados de saúde para pessoas com esse tipo de deficiência. Afinal, as deficiências neurológicas afetam todos os gêneros em seus grupos etários, étnicos e socioeconômicos. “As doenças do cérebro podem ser enfrentadas, muitas vezes através de procedimentos cirúrgicos. O acesso a uma rede de atendimento completa, que inclua a reabilitação, é o talvez o principal determinante para o sucesso do paciente. Mas, claro, é com informação de qualidade que a gente deve sempre iniciar essa jornada do paciente”, conclui o Dr. Saulo Teixeira. A campanha dessa edição do Dia Mundial do Cérebro é dividida em cinco objetivos fundamentais: - Prevenção: As deficiências cerebrais podem ser prevenidas, tratadas e reabilitadas. - Sensibilização: A sensibilização global para a saúde do cérebro pode reduzir a incapacidade associada às perturbações cerebrais. - Acesso: O acesso universal aos cuidados, ao tratamento, à reabilitação e à tecnologia de apoio é essencial. - Educação: A educação aumenta a equidade para as pessoas que vivem com deficiências cerebrais. - Defesa de direitos: A saúde cerebral é um direito humano que se aplica a todos, em todos os lugares.
Por Celso Tomaz (celso@letscom.pro)