No próximo domingo, 2 de abril, é celebrado o Dia Mundial de Conscientização Sobre o Autismo. A data foi estabelecida em 2007, com objetivo de compartilhar informações para a população sobre o autismo e, assim, reduzir a discriminação e o preconceito que cercam as pessoas afetadas pelo transtorno.
No Brasil, estima-se que existam dois milhões de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), mas o número é incerto e precisa ser oficializado. Para isso, foi sancionada, em 2019, a lei que obriga o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a perguntar sobre o autismo no censo populacional. Com isso, é possível saber quantas pessoas no Brasil apresentam o transtorno e como os diagnósticos estão distribuídos pelas regiões brasileiras.
Segundo o psicólogo e pró-reitor da UniFanor Wyden, Hiure Gomes, o diagnóstico para o TEA deve ser feito por uma equipe multidisciplinar formada por psiquiatras, psicólogos e neuropediatras, com base na avaliação clínica e em testes específicos. “Geralmente, o diagnóstico de autismo é feito na infância, geralmente entre 2 e 3 anos, quando os sinais e sintomas da condição começam a ficar mais evidentes.” afirma o psicólogo.
A médica pediatra e docente do curso de medicina do IDOMED, Eucilene Kassya Barros de Oliveira, explica que o transtorno do espectro autista não é uma deficiência. “É um distúrbio do neurodesenvolvimento caracterizado por desenvolvimento atípico, manifestações comportamentais, déficits na comunicação e na interação social, padrões de comportamentos repetitivos e estereotipados, podendo, também, apresentar um repertório restrito de interesses e atividades.”
Para a Eucilene, a identificação de atrasos no desenvolvimento, o diagnóstico oportuno de TEA, o encaminhamento para intervenções comportamentais e apoio educacional na idade mais precoce possível, pode levar a melhores resultados a longo prazo, considerando a neuroplasticidade cerebral. Ela ressalta que “o tratamento oportuno com estimulação precoce deve ser preconizado em qualquer caso de suspeita de TEA ou desenvolvimento atípico da criança, independentemente de confirmação diagnóstica.” esclarece a pediatra.
Hiure reforça a importância do papel do psicólogo no tratamento do espectro autista. “O profissional pode atuar no diagnóstico, no tratamento e na orientação de familiares e cuidadores de pessoas com autismo. No diagnóstico, o psicólogo pode utilizar avaliações e testes psicológicos para avaliar o desenvolvimento da criança e identificar possíveis sinais de autismo. Além disso, pode colaborar com a equipe multidisciplinar na identificação de necessidades individuais e no planejamento de intervenções específicas.”, pontua o especialista.
Por Camila Vasconcelos - Jornalista