Historicamente, a pneumonia sempre foi causa significativa de morte na população brasileira. Com o avanço das campanhas de saúde pública, ampla vacinação de crianças contra agentes causadores dessa doença (Pneumococo, o Haemophilus influenzae) e as campanhas de vacinação contra influenza e a Covid-19, pelo SUS, houve uma redução na incidência da pneumonia na população em geral nos últimos anos.
O Dia Mundial da Pneumonia existe justamente com o objetivo de conscientizar as pessoas sobre a importância da prevenção da doença, que ainda continua sendo a principal causa infecciosa de morte de crianças com até cinco anos de idade. Só em 2019, 672 mil crianças morreram em consequência da pneumonia, segundo dados do Ministério da Saúde.
Diagnóstico
Daniel Messias Martins Alves Neiva, médico pneumologista e docente do Idomed, explica que a pneumonia pode ter como agente infeccioso vírus, bactéria ou fungo. Estes microrganismos geram inflamação dos tecidos de um ou ambos os pulmões, pela resposta do indivíduo ao agente agressor. De acordo com o médico, como em quase todas as doenças, a anamnese (consulta médica) e o exame físico são imprescindíveis para o diagnóstico.
“O quadro clínico pode ser variável, mas, normalmente, o paciente apresenta febre, taquipneia (frequência respiratória acima do esperado para aquela faixa etária), esforço para respirar e tosse. Em crianças pequenas, idosos e pessoas imunossuprimidas, os sintomas podem ser mais discretos”, esclarece Neiva.
Segundo o pneumologista, a radiografia de tórax pode auxiliar no diagnóstico, mas ajuda também a avaliar a extensão das lesões, detectar complicações e a avaliar possíveis complicações da pneumonia. “Outros exames como: análises laboratoriais, tomografia e ressonância são reservados para quadros e pacientes específicos, sendo utilizados em quadros mais graves ou suspeita de outros diagnósticos”, comenta.
Sequelas
A pneumonia pode deixar sequelas permanentes, que reduzem drasticamente a qualidade de vida do paciente. Alguns podem evoluir de maneira adversa durante um quadro de pneumonia, apresentando complicações como derrame pleural, pneumatocele e, até mesmo, necrose de parte do pulmão. “Quando há essas suspeitas, o paciente deve ser internado para melhor avaliação, tratamento com antibiótico venoso ou até abordagem cirúrgica do tórax para a resolução da pneumonia”, completa Neiva.
Para o especialista, no entanto, há a possibilidade de melhorar ainda mais a cobertura oferecida pelo SUS com vacinas oferecidas pela rede de saúde privada. Para pacientes de grupos específicos, como imunossuprimidos, o SUS também oferece uma outra vacina, a chamada Pneumo 23. Além das vacinas, Daniel Neiva esclarece que a higiene pessoal (como a lavagem de mãos), evitar aglomerações e o uso de máscaras ajudam a reduzir a contaminação e a incidência de pneumonia.
Por Camila Vasconcelos - Jornalista