Hoje, o que resta da histórica Estrada do Algodão é apenas um cenário de folhas secas e matos murchos, lembrança distante de um tempo em que ela era um verdadeiro "mar de rosas brancas". O algodão, que foi um dos pilares da economia cearense até a década de 1980, deu lugar ao esquecimento e ao abandono, mas sua memória ainda vive entre aqueles que conhecem o significado da CE-060 para o estado do Ceará.
A imagem é um contraste entre o passado e o presente: ao fundo, a estrada vazia, coberta por mato seco, enquanto as lembranças do auge da produção de algodão continuam vivas na memória daqueles que viveram essa era.
O Algodão: Pilar da Economia Cearense
Durante grande parte do século XX, o algodão foi a principal commodity do Ceará, sendo cultivado em grande escala, especialmente nas regiões do sertão e do Cariri. A Estrada do Algodão, também conhecida como CE-060, foi a principal via utilizada para transportar o algodão das plantações até os portos, onde era embarcado para outras regiões do Brasil e até exportado para o exterior.
A importância do algodão na economia cearense foi tamanha que o estado chegou a ser um dos maiores produtores nacionais. Suas plantações, que antes eram extensas e exuberantes, cobriam vastas áreas de terra, enquanto as flores brancas do algodão transformavam-se em uma paisagem impressionante. O algodão, um símbolo da produção agrícola cearense, foi também responsável pela movimentação de uma significativa cadeia de trabalho, desde o cultivo até a comercialização.
Da Abundância à Escassez
O que vemos hoje, no entanto, é uma realidade bem diferente. A estrada, que já foi um centro de movimentação intensa, agora é um corredor silencioso. Em vez das plantas de algodão, o que predomina são os matos secos e as folhas caídas, resultado de um processo de industrialização e mudanças no mercado agrícola que, ao longo dos anos, afetaram profundamente a produção local.
A decadência da produção de algodão no Ceará tem raízes em diversos fatores, como a queda dos preços no mercado internacional, a chegada de novas culturas mais rentáveis e, claro, os desafios climáticos que afetam a produção agrícola na região. Com o tempo, as vastas plantações de algodão foram substituídas por outros cultivos, e a Estrada do Algodão, que antes pulsava de vida, foi perdendo seu significado.
A Memória do Passado
Mas, para aqueles que viveram o auge da produção de algodão no Ceará, o passado é uma saudade palpável. As lembranças das enormes lavouras de algodão, que cobriam a paisagem com suas flores brancas, permanecem firmes na memória. "Quando passávamos por aqui, era só um mar de rosas brancas. Era impressionante ver tanta beleza e abundância," recorda um morador local, emocionado ao relembrar a época.
O Futuro da Estrada do Algodão
Embora o algodão não seja mais a força econômica que já foi, a Estrada do Algodão ainda é um símbolo importante da história cearense. Hoje, ela continua sendo uma importante rota de transporte, mas não mais para o produto que a batizou. No entanto, sua história e sua contribuição para o desenvolvimento do Ceará jamais serão esquecidas.
Assim, a CE-060, que um dia foi o caminho do algodão, segue agora como uma estrada de memórias e lições do passado, sempre lembrada por aqueles que conhecem sua história e seu impacto na economia local. A imagem das flores brancas do algodão pode ter desaparecido, mas as lembranças e o legado continuam vivos na memória coletiva do povo cearense.
Nem tudo está perdido: o renascimento do algodão no Ceará
Embora a Estrada do Algodão não seja mais o grande centro produtor da cultura, o Ceará ainda respira a história dessa importante commodity. Hoje, outras regiões do estado estão apostando no cultivo do algodão, utilizando novas técnicas de plantio e manejo que têm mostrado resultados promissores. A modernização das práticas agrícolas tem renovado as esperanças dos produtores, garantindo que, mesmo com os desafios, a cultura do algodão continue a fazer parte da economia cearense, com um futuro cheio de possibilidades.
No vídeo abaixo, que ilustra essa matéria, o silêncio da estrada vazia contrasta com as imagens de um passado próspero e movimentado. É um lembrete de como o tempo e as mudanças econômicas podem transformar a paisagem e a vida de um povo.
Reportagem: Lucinete Alves/ Jornalista/Registro MTB 3605/CE
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