A Associação Caatinga (AC), Organização da Sociedade Civil com a missão de conservar a Caatinga, difundir suas riquezas e inspirar as pessoas a cuidar da natureza, participou do episódio de estreia, intitulado “Carbono e conservação no semiárido”. Samuel Portela, coordenador de conservação da biodiversidade da Associação Caatinga, apresentou o projeto “No Clima da Caatinga”, que conta com o patrocínio da Petrobras, por meio do programa Petrobras Socioambiental.
O “No Clima da Caatinga” está em sua quarta fase e visa diminuir os efeitos potencializadores do aquecimento global por meio da conservação do semiárido, a partir do desenvolvimento de um modelo integrado de conservação da Caatinga.
Nos episódios seguintes, participam representantes dos projetos Semeando Água, Viveiro Cidadão, Florestas de Valor e Raízes do Purus, também apoiados pelo Programa Petrobras Socioambiental. A série marca o retorno do EcoCast, o podcast da Ecoporé, que se propõe a trazer para discussão temas relacionados a sociobioeconomia e sustentabilidade na Amazônia, unindo saberes técnicos e tradicionais na busca por soluções que equilibrem o bem-estar de pessoas, meio ambiente e economia na construção de uma sociedade do bem-viver.
O impacto da Reserva Natural Serra das Almas na redução da poluição do ar
Um estudo realizado pelo projeto No Clima da Caatinga concluiu que a Reserva Natural Serra das Almas (RNSA), localizada entre Crateús (CE) e Buriti dos Montes (PI), contribui para a redução da poluição do ar, estocando, nos seus limites, 1.647.239,37 toneladas de gás carbônico equivalente (CO2e). A pesquisa foi realizada a partir de uma parceria técnica entre a instituição e a BrCarbon, uma climate tech de São Paulo. Na próxima etapa desta pesquisa, será calculado o sequestro anual de CO2e realizado pela RNSA.
“A pesquisa identificou que cada hectare da RNSA estoca cerca de 266 toneladas de CO2, ou seja, uma vez que a Serra das Almas tem 6.191 mil hectares de área florestal, a reserva estoca mais de 1,6 milhões de toneladas de CO2e”, explica Samuel Portela.
Essa retirada ocorre por meio da fotossíntese, quando as árvores absorvem gás carbônico e devolvem oxigênio para o ambiente e outros processos naturais. A retirada do carbono é conhecida como sequestro e a quantidade sequestrada fica estocada em diferentes reservatórios na floresta (parte aérea viva e morta, serrapilheira, raízes e solo). Anteriormente, o valor estocado era 63 mil toneladas de CO2, mas esse número foi atualizado, pois ele só se referia ao carbono contido nas árvores.
O estudo incluiu também o carbono dos demais reservatórios, serrapilheira, raízes e solo. A serapilheira, por exemplo, se trata de uma camada formada pela deposição dos restos de plantas e acúmulo de material orgânico vivo em diferentes estágios de decomposição que reveste superficialmente o solo. “Manter a RNSA conservada influencia diretamente na boa qualidade do nosso ar, diminuindo os malefícios do efeito estufa e poluição”, frisa Samuel.
Sobre o projeto No Clima da Caatinga
Realizado pela Associação Caatinga e patrocinado pela Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental, o projeto atua no semiárido brasileiro desde 2011 e atualmente está em sua quarta fase. O objetivo é diminuir os efeitos potencializadores do aquecimento global por meio da conservação do semiárido, a partir do desenvolvimento de um modelo integrado de conservação da Caatinga.
Via Blog do Amaury Alencar