Entrevista com a secretária de Saúde de Iguatu senhora Marleuda Gonçalves que fala ao repórter Tércio Jr sobre uma audiência intermediada pelo deputado Marcos Sobreira com a senhora secretária de Saúde do Estado Dra Tânia Mara, na pauta os problemas vivenciados no Hospital Regional e sobre a doação de um terreno para a construção do Hospital Regional do Centro-Sul
Tercio Jr - O que foi discutido nessa audiência com
referência à saúde do nosso município?
Marleuda Gonçalves - Como já foi vinculado na imprensa
pelo deputado estadual Marcos Sobreira, nós estivemos na última terça feira, no
final da tarde, com a Dra Tânia Mara, Secretária de Saúde do Estado do Ceará.
Nós levamos diversos assuntos importantes relacionados ao fortalecimento da
saúde do município de Iguatu. Nós iniciamos passando para Dra Mara capacidade
instalada do município de Iguatu em relação a novos serviços que a gente tem
condição de habilitar para o município. Que ela ficou de analisar, de estudar e
ver a viabilidade desse serviço que nós levamos. Foi um dos primeiros pontos. O
segundo ponto foi em relação à doação de um terreno para construção do Hospital
Centro Sul. Nós passamos às mãos da Senhora Secretária um documento encaminhado
pelo Sr. Prefeito. Que disponibiliza um terreno para que possa ser avaliado
pelo Estado do Ceará. Quanto à viabilidade da construção desse hospital, a
doutora Tânia ficou de encaminhar uma equipe da SOP para que fizesse essa
avaliação.
Tércio Jr - E com referência ao Hospital Regional
de Iguatu. A situação que ele se encontra hoje aqui é que a situação de
dificuldades, principalmente na sua manutenção, o que foi tratado sobre esse
assunto?
Marleuda Gonçalves - “Foi o nosso principal assunto. Foi uma
terceira pauta, mas foi uma pauta bem extensa. Foi uma pauta produtiva. Eu tive
a oportunidade de mostrar a Dra Tânia os nossos números, de mostrar o nosso
atendimento, quais são os atendimentos de porta de entrada do Hospital
Regional, o número de cirurgias realizada em 2022, o número de partos. Ela teve
a oportunidade de conhecer nossos números, foi um dos pontos. Mostramos também
em relação aos custos operacionais, mostramos nossa despesa, a nossa receita.
Nós temos o nosso custeio do hospital. Ele é feito tripartite e é estadual,
federal e municipal. Nós temos pactuação com dez municípios no nosso
atendimento. Não é só do município de Iguatu. A nossa população descrita para
atendimento é 325.000 habitantes. Nós recebemos dos outros municípios para esse
pactuação 111.000 por mês. Mas recebemos federal 609.000 perto de 1 milhão
estadual. E todo o custeio. O restante do custeio do hospital regional é feito
com recurso próprio. E sabe como é de conhecimento, a saúde tem obrigação de
colocar 15%. Ela tem a obrigação de receber 15% e colocar mais o hospital. Ele
nos leva mais de 30% hoje da receita da nossa receita e não é suficiente. Mesmo
assim, não é suficiente. Tanto que você escuta o tempo inteiro das nossas
dificuldades.
Acho que você já ouviu muito falar que se pedi lo,
houve reunião com secretário, que se pediu auditorias e pediu isso e aquilo. Na
verdade eu como gestor do município de Iguatu, eu faço parte desse colegiado
que precisa de transparência e dentro dessa solicitação de visita técnica de
acompanhamento, eu também faço parte. Eu solicitei também que o Estado pudesse
nos encaminhar essa visita técnica de acompanhamento e monitoramento, que isso
é subsídio para que um secretário, que um gestor possa crescer, saber onde é
que tem suas falhas. Se tiver, porque eu até sei. Hoje a maior falha, que é a
escassez de recursos e histórico, teve a escassez de recursos desse hospital
regional. Ela é antiga. Ela é histórica. Nunca vai bater à receita com a
despesa. Hoje o que nós recebemos é estadual e federal. Não paga a nossa folha.
E os insumos para um hospital daquele tamanho. É muito alto custo do hospital
Regional e foi passado isso foi solicitado. O Estado vai mandar uma equipe
técnica para avaliar tudo o que foi dito, porque até para que o hospital, para
que o Estado possa nos ajudar de alguma forma, ele precisa ter um conhecimento
maior que hoje. O conhecimento que ele tem são de denúncias, o serviço que
existe dentro do Hospital Regional. Posso até dizer da seguinte forma se você
fizer 100% pra oposição, você não fez nada.
E é essa oposição que faz, que leva o que não é
verdadeiro. E nós precisamos de transparência. Um gestor para trabalhar, ele
precisa trabalhar com transparência. Ele precisa que tudo o que foi pactuado
esteja sendo executado. E pode ser. Eu sou uma das maiores interessada desse
acompanhamento, desse esclarecimento, dessa transparência de dados. Então, que
venha mesmo. É que a gente precisa que venha uma equipe do Estado que avalie,
que depois eu possa sentar com a doutora Tânia e dizer Doutora Tânia, o que eu
mostrei a senhora, A senhora verificou que é verdadeiro que o que estão dizendo
por aí não é verdade. Nós temos dificuldades, sabe? Tenho dificuldades
financeira. Mas temos dificuldades, muitas vezes pontuais, de profissionais que
por algum motivo não vêm. Mas nós somos uma rede hospitalar nessa rede
hospitalar que faz parte da política de hospitais pólo. Nós temos como pólo
regional em obstetrícia. Acopiara. Que também recebe recurso e que. Ela recebe
referência que pode receber uma referência nossa sem nenhum problema. Não há
necessidade. Porque ela recebe recurso estadual e federal também o município de
Acopiara. Nós temos o Hospital Agenor Araújo, que também é referência para na
UTI, é referência para pediatria e é referência na clínica médica. Qual é a
diferença entre o Hospital Regional e esses outros? Porque nós somos porta de
entrada. Nós temos. Fazemos parte da rede de urgência emergência e nós temos a
porta aberta, que se chama porta aberta.
Não é nenhum problema o Hospital regional referenciar para o
hospital e deve referenciar quando ele estiver com sua capacidade instalada
cheia. Quando eu não estiver disponível, eu posso referenciar para o Agenor
Araújo. Eu posso referenciar para copiar e se assim fosse necessário, porque
nós recebemos o paciente de maior gravidade. Era para ser da entrada na
emergência, o paciente de maior gravidade, mas com a porta aberta nós recebemos
de maior gravidade, de menor gravidade e de menor gravidade. Nós devemos sim
colocar esse paciente na regulação e encaminhar para outras unidades. Então eu
estou esperando até com ansiedade que essa equipe técnica venha, que faça esse
acompanhamento, que dê essa transparência, essa transparência ao Estado, essa
transparência à população do serviço do Hospital Regional, para que a gente
possa começar a trabalhar, a trabalhar, mesmo sem essa tão grande interferência
que a gente tem hoje dentro do município. Eu não sou muito de dizer assim
perseguição, porque isso já é tão antigo que eu vou até falar. Interferência
muitas vezes que nos impossibilita de planejar, de programar. Tem que estar
sempre respondendo. A essas críticas. Não tenho medo de críticas. Não é que eu
tenha medo de crítica, não. A crítica faz crescer. Mas toda crítica que chega,
eu sou aquela que vou avaliar e analisar. E me leva tempo. Tempo que eu poderia
estar utilizando de outra forma.
Eu também não levei nenhuma documentação nessa
audiência, nesse encontro com a doutora Tânia em relação ao Hospital Regional
ser disponibilizado, mais nada, Mas deixei muito claro que o Hospital Regional,
com toda a sua área, ele está à disposição do Estado. Se ele quiser assumir o
Hospital Regional, ele pode assumir sem nenhum problema o município. Senhor
prefeito, me deixou autorizado a dizer isso, que a área do Hospital Regional é
o Hospital Regional. Ele está à disposição do Governo do Estado do Ceará para
assumir se quiser, porque a gestão pública deve ter sempre como objetivo a
eficiência dos serviços e eficácia. Se nós não temos hoje até uma condição
financeira, se a escassez de recurso nos impossibilita ou nos deixa tão
vulnerável a essas críticas, por mais que o município de Iguatu coloque um
valor tão alto. Porque é assim, quando se diz eu já fui secretário de
município, até já. Essa discussão já vem antiga, na época que eu era e que eu
era secretário de copiar e se dizia se já discutir essa questão e na época até
dizia Iguatu paga para todos os municípios, eu não vou lhe dizer que Iguatu
paga para os municípios.
Eu agradeço o espaço. Eu gosto sempre de
tranquilizar a população em relação a muita coisa que é dito. É essa minha fala
aqui. Isso é até pra dizer que eu não posso deixar que práticas políticas de
oposição e tentem minar uma relação entre a gestão municipal da saúde, o Estado
e os usuários. Não se pode começar a colocar pegar uma situação que muitas
vezes não é verdadeira e colocar para a população como se fosse uma constante.
O Hospital Regional é um hospital que tem salvado muitas vidas. Ontem eu em reunião com os médicos, eles me
dizendo o que tinham feito ontem na porta de entrada, só o clínico tinha feito
200 atendimentos. E eu estou falando aqui do atendimento clínico em 24 horas.
Fora o clínico, nós temos cirurgião, nós temos obstetra, nós temos pediatra,
obstetra, cirurgião, pediatra e clínico. E eu falei cirurgião, né? Então nós
temos toda uma equipe dentro do hospital Regional e eu não posso jamais deixar
que uma instituição, uma unidade, que preste um serviço tão relevante, seja. E
essa colocada na mídia é colocada nas redes sociais como local que não tem um
atendimento desse regional. Eu fui diretora lá há quatro anos e posso dizer com
propriedade os problemas dele em relação à escassez de recurso e não a
atendimento e não a prestação de serviço. Essa prestação de serviço é feita
sempre na Câmara, que eu vou fazer agora em fevereiro novamente e que a gente
leva números. Então Tercio, é isso que a população do Iguatu tem ciência, que
aqui tem uma secretária que está para trabalhar, está para que não deixe que essas
coisas atrapalhem, que essa política politicagem barata de oposição atrapalhe o
funcionamento de uma instituição tão importante, que o Hospital Regional, o que
eu tiver condição de fazer, que eu tiver pra que isso não aconteça, eu vou
fazer e eu vou estar. Sempre que vocês precisarem de transparência em relação
ao regional, em relação às unidades,
podem contar comigo que eu estou aqui pra isso” – finalizou, Marleuda Gonçalves
que responde atualmente pela Secretaria de Saúde de Iguatu.