Normalmente, os estudos feitos sobre o meio ambiente afloram entrelaçados elementos como “recursos naturais∕ sustentabilidade”, deixando que o leitor pouco afeito ao tema fique em dúvida sobre como essa engrenagem funciona.
Ao falarmos de meio ambiente reportamo-nos ao local onde a vida se desenvolve no planeta, sujeito ao mau uso dos recursos naturais, podendo causar problemas sérios. Assim, a sustentabilidade se diz do conceito que visa a proteger o meio ambiente e utilizar seus recursos de forma equilibrada, de modo a não prejudicar as gerações futuras. Com isso, a relação meio ambiente e sustentabilidade econômica é profunda e interdependente.
A primeira conferência sobre esse tema, destinada a discutir as atividades humanas, ocorreu em 1972, na Suécia, sendo considerado o evento internacional de maior amplitude até então, ocasião em que foram lançadas as bases das ações ambientais, chamando a atenção internacional especialmente para questões relacionadas com a degradação e a poluição que não se limitam às fronteiras políticas, mas que afetam países, regiões e povos muito além do seu ponto de origem.
A busca incessante por maiores níveis de produção tem levado à devastação absurda da natureza, inclusive, no Brasil, há regiões cujos níveis de destruição chama a atenção de entidades internacionais que buscam conter o avanço da devastação da natureza.
Em meados da década de 1960, a questão ambiental apresentou-se como urgente, de modo que essa preocupação contribuiu para que a Assembleia Constituinte de 1988 adicionasse a preocupação com o Ambiente no texto Constitucional, no artigo 225 da Carta Magna.
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
Como autoridade internacional e a principal, global em questões ambientais, a ONU ajuda seus estados-membros a promover a estabilidade climática, buscando viver em harmonia com a natureza e construir um futuro com menospoluição, apoiando a realização de todos os 17 ODS (objetivos da sustentabilidade).
Quanto ao Brasil, a adoção de políticas públicas ambientais tem como objetivo a preservação e recuperação da biodiversidade, além de cumprir acordos internacionais para reduzir as emissões de carbono e combater o aquecimento global. No entanto, a implementação dessas políticas enfrenta desafios, como: 1. Falta de monitoramento e sistematização de dados ambientais; 2. Dificuldade de acesso aos sistemas de informação; 3. Pouca integração entre os sistemas existentes; 4. Complexidade das questões envolvidas;5. Conflitos sociais.
Apesar de todos os esforços e a normatização de leis protetoras da natureza, estamos distantes de uma solução eficaz, haja vista contarmos que no decurso de um ano os interesses econômicos devastam, neste país, de 2 a 2.5 milhões de hectares de mata.
Dica de filme: “Não Olhe Para Cima” (2021), disponível na Netflix, é uma sátira que mostra como a sociedade e os governos reagem (ou ignoram) crises como o aquecimento global.
Maria Lopes de Araújo.
Servidora Pública Federal aposentada- IFCE. Escritora (cronista, contista e poetisa). Licenciada em Letras pela UECE. Bacharel em Direito pela URCA. Advogada atuante e cidadã comprometida com a causa ambiental, com ênfase na preservação integral da caatinga.
