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COLUNA: LITERATURA - ARTE DOS ETERNOS

Salvador-BA, 2007. Conto de Assombração

Publicada em 05/01/25 às 14:58h - 131 visualizações

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 (Foto: Site Tribuna de Iguatu)

Ontem, rabisquei partes de Lygia Fagundes Teles anelada ao meu passado de pavor de assombração.

Acredito que você, leitor, já tenha pelo menos ouvido falar de alguns dos contos dessa escritora maravilhosa, como, por exemplo, “Venha Ver o Por do Sol”, que trata da história de Ricardo e Raquel, um casal de ex-namorados e que, a partir do momento em que terminam o namoro, Ricardo, inconformado com a separação, conhecendo muito bem o espírito aventureiro de Rachel, resolve convidá-la para um último encontro em um cemitério abandonado, no final, ele a tranca numa catacumba e ali a abandona junto com os outros fantasmas.

Noutro conto, “As Formigas”, um verdadeiro caso fantástico e misterioso, narra a história de duas primas que se mudam para uma pensão, na qual deparam-se com formigas e um esqueleto de anão, algo bem cabuloso, nisso, recorri ao ano de 2007, creio que em junho, quando fui passar alguns dias em Salvador para treinamento de trabalho.

Eu e mais duas colegas da rede federal de ensino, uma sergipana e uma pernambucana, combinamos de ficar em um quarto de hotel, juntas, para economizarmos nas diárias, escolhendo uma pousada no estilo colonial, na orla marítima, localização espetacular e um lugar totalmente estilizado pela decoração imperial, desde os móveis, pisos, portas e detalhes, luminárias, castiçais, peças decorativas, no entanto, além de bela a ornamentação, de excelente conservação. Uma real viagem ao passado.

No primeiro dia de dormida, perto da meia noite, luzes já apagadas e portas fechadas, escutamos um barulho de inseto vindo do banheiro, nós três decidimos averiguar e, acendidas as luzes, verificamos que ali nada havia. Rimos e voltamos à tentativa de sono. Não se passaram cinco minutos, novamente outro barulho vindo do roupeiro, um móvel escuro, de madeira maciça com quatro portas, fechaduras douradas, detalhes esculturais nas bordas de traços barrocos, no qual não havíamos guardado nem um dos nossos pertences. Novamente acendemos a lâmpada principal do quarto, abrimos esse roupeiro, e nada encontramos. Voltamos às camas, luz apagada e a indisposição para mais uma conferência, se fosse preciso. Nisso, senti alguém puxando a ponta do meu lençol, na parte dos pés; a colega de Petrolina, sentiu uma mão afagando seu cabelo, a outra, nem disse o que se lhe passara, apenas, em uníssono, conferimos se alguém estava dormindo. Todas acordadas!

Nessa altura dos fatos, compreendemos que o lugar era tenebroso e que o sobrenatural não nos daria trégua. Suportamos caladas o terror de uma noite que nos levou a, no dia seguinte, cedinho, sairmos, para uma caminhada em busca de novo lugar de hospedagem. Conseguimos! Retornando à pousada, tomamos o café, pagamos a conta e largamos aquele canto de mal assombro.

Detalhe: Minha Bíblia, que eu havia posto na cabeceira antes de dormir, foi levada na madrugada, sabe Deus por quem. 

Maria Lopes de Araújo.

Escritora (cronista, contista e poetisa). Licenciada em Letras pela UECE. Bacharel em Direito pela URCA. Advogada atuante.




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