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Iguatu

Família Rufino mantém tradição da moagem de cana-de-açúcar em Iguatu

Publicada em 09/09/23 às 17:18h - 300 visualizações

Rádio Tribuna de Iguatu


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Família Rufino mantém tradição da moagem de cana-de-açúcar em Iguatu
 (Foto: Rádio Tribuna de Iguatu)

No Sítio junco, na região de Suassurana, zona rural do Município de Iguatu, a família Rufino mantém uma tradição brasileira que vem desde a época da colonização portuguesa, no século XVII, o ciclo da cana-de-açúcar.

A moagem é um processo de extração do caldo que consiste em fazer a cana passar entre dois rolos, com uma pressão pré-estabelecida aplicada a eles. A moenda deve extrair o caldo, como também produzir bagaço, no final do processo, com um grau de umidade que permita sua utilização como combustível nas caldeiras.

Nos últimos anos, a moagem dos Rufinos tem atraído moradores de Iguatu que se deslocam, nos fins de semana, para o Sítio Junco. As pessoas levam garrafas para comprarem o mel de engenho, ou para receber gratuitamente a tradicional garapa, porém a preferência da maioria é pelo alfenim ou rapadura. Conforme falou o ex-vereador Antônio Baixinho a nossa reportagem. “É bom comprar os produtos feitos na hora, ainda quente”- disse.

“Compramos mel, batida e alfenim”, disse um senhor que não quis se identificar. Na moenda, a gente prova um pouco de cada produto. “Ninguém consegue ficar sem tirar uma raspa da gamela. É uma tentação, rsrsrs”.

No vídeo você pode observar o calor que exala das caldeiras que fazem o cozimento da garapa e a movimentação dos trabalhadores que dão a característica das moagens.

A maior atração de uma moagem acontece no momento em que duas mulheres puxam o alfenim até ficar no  ponto, embora muitos adoram tirar uma casquinha antes do ponto final.

A região Centro-Sul cearense já manteve em atividade, até a década de 1970, cerca de 50 engenhos. Hoje, apenas um continua funcionando duas vezes por ano, conforme disse a senhora Bernadete, filha do senhor Francisco Rufino, que já no avançar da idade não participa das moagens.

Dia de moagem, aliás, é de festa na localidade. No entorno do engenho, "Não vamos deixar a tradição morrer. Continuaremos até o dia que Deus quiser", assegura.

O engenho dos Rufinos foi construído há mais de cem anos. O trabalho começa pela madrugada, por volta das 3h. "Uma turma vai para o corte da cana, outra fica preparando o fogo, limpando os tachos, deixando tudo no ponto para começar a moagem", explica dona Bernadete.

Na verdade, atualmente a falta de cana-de-açúcar inviabiliza os engenhos. Até na região do Cariri, essas unidades praticamente desapareceram. A rapadura consumida em grande parte do Ceará vem de Santa Cruz do Capiberibe, em Pernambuco.




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