A agricultura familiar cearense ganha mais apoio e produtividade com a entrega de 270 motocultivadores realizada pelo Governo do Ceará, nesta terça-feira (26), em Maranguape. A solenidade contou com as presenças do governador Elmano de Freitas, do secretário do Desenvolvimento Agrário (SDA), Moisés Braz, do prefeito de Maranguape, Átila Câmara, além de agricultores e outras autoridades.
Os motocultivadores (também chamados de tratoritos) serão entregues a entidades de 85 municípios. As máquinas agrícolas de pequeno porte são versáteis e facilitam o trabalho dos agricultores no campo, incluindo áreas de cultivo reduzido.
Para o agricultor José Robério de Oliveira, de 64 anos, a máquina “é uma benção”, representa alívio na força humana aplicada, dispensa do uso de animais e aumento da produtividade. Morador do Assentamento 25 de Maio, em Madalena, no Sertão de Canindé, Robério é presidente da Associação Nova Esperança da Comunidade de Quieto, que tem 42 associados e vai receber uma máquina para uso coletivo.
“É uma benção para nós todos que vamos cuidar dela [motocultivador], e ela vai cuidar de nós. Vai nos ajudar no cultivo do milho, feijão e sorgo [forrageiro]. A gente só não plantou algodão ainda, mas temos o planejamento”, projeta o agricultor.
O investimento nos motocultivadores é de quase R$ 7 milhões. A entrega faz parte da Política de Incremento e Modernização da Atividade Agrícola no Ceará, que integra o pacote de ações para o meio rural com investimento de R$ 73,6 milhões, anunciado em 19 de março deste ano, Dia de São José.
“Chegou a hora de fazermos a mecanização da agricultura familiar para que o agricultor e agricultora tenham condições de trabalho mais dignas, produzindo mais e cansando menos. Isto favorece ter uma renda maior”, enfatiza o governador Elmano de Freitas.
A prioridade, portanto, é apoiar a agricultura familiar desde o plantio até a comercialização dos produtos. “O Estado do Ceará compra essa produção para a merenda escolar na rede estadual, temos o Programa de Aquisição de Leite, o PAA Leite. Orientamos que o Ceará Sem Fome, que faz quase 130 mil quentinhas todo dia, compre [alimentos] do agricultor familiar. Vamos desenvolver o Projeto Paulo Freire e Sertão Vivo para ajudar não só na produção, mas também na comercialização da agricultura familiar”, acrescenta.
Há perspectiva de ampliar o número e tipo de equipamentos entregues aos produtores, confirmou Elmano de Freitas. “Estamos adquirindo tratores pequenos para que as comunidades tenham eles na produção. Vamos continuar nesse trabalho de buscar máquinas adaptadas para o pequeno [produtor], alcançando maior renda e produtividade”, anunciou o governador.
A agricultora Ramira Medeiros, 43, é presidente da Associação dos Moradores do Sítio Bom Futuro, em Potiretama, no Vale do Jaguaribe. Mais de 60 famílias residem na comunidade que cultiva feijão, milho, algodão, castanha de caju e sorgo. A Associação é uma das beneficiárias.
“É um equipamento para nos ajudar no dia a dia, já que plantamos só no período chuvoso, não é por irrigação. Estou muito feliz de representar eles e levar melhorias para nossa comunidade”, diz Ramira.
Moisés Braz, titular da SDA, pasta responsável por executar a política, reforça o compromisso com a geração de oportunidades para os trabalhadores do campo. “Só na mecanização agrícola são R$ 7 milhões nos 270 motocultivadores entregues e R$ 70 milhões nos 250 tratores que foram anunciados. Fizemos este ano investimento de R$ 83 milhões para cisternas de placas. Nesta segunda, anunciamos R$ 35 milhões para o Hora de Plantar. Vamos anunciar também investimento para o PAA Leite. Isso dá em torno de R$ 280 milhões. Além disso, teremos o Sertão Vivo e Projeto Paulo Freire, com investimento de R$ 1 bilhão para 2025”, detalha o secretário.
Instituída em 2021, a Política de Incremento e Modernização da Atividade Agrícola (Lei Estadual nº. 17.609/21) prevê a ampliação das áreas cultivadas no Ceará, por meio da disponibilização de insumos tecnológicos que tornem as etapas do processo agrícola mais rápidas e econômicas, com consequente aumento da produtividade.
Larissa Falcão - Ascom Casa Civil