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CULTURA Palácio da Abolição sedia solenidade em comemoração ao Bicentenário da Confederação do Equador

Com homenagens e aula magna, o evento abriu a programação comemorativa aos 200 anos do movimento revolucionário nordestino

Publicada em 27/06/24 às 17:09h - 64 visualizações

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CULTURA Palácio da Abolição sedia solenidade em comemoração ao Bicentenário da Confederação do Equador
Com homenagens e aula magna, o evento abriu a programação comemorativa aos 200 anos do movimento revolucionário nordestino  (Foto: Thiago Gaspar - Casa Civil )

Em 1824, o espírito de liberdade se fortaleceu nos sertões nordestinos contra a opressão monárquica do imperador dom Pedro I. Esse movimento revolucionário foi chamado de Confederação do Equador. 200 anos depois, os ideais de independência e justiça das províncias, agora estados da Região Nordeste, são relembrados com uma diversa programação. Nesta quinta-feira (27), o Governo do Ceará realizou, no Palácio da Abolição, solenidade em alusão ao Bicentenário da Confederação, com presenças de autoridades e estudantes.

O evento abriu a programação comemorativa com a entrega da medalha padre Mororó a personalidades e a realização da aula magna ministrada pelo professor e escritor Filomeno Moraes, da Universidade Estadual do Ceará (Uece). A programação inicia neste mês de junho e se estende até 2025.

A comemoração é realizada em parceria pelo Governo do Ceará, por meio da Casa Civil e da Secretaria da Cultura do Ceará (Secult), Assembleia Legislativa do Ceará (Alece), Sindicato dos Fazendários do Ceará (Sintaf) e Instituto Histórico, Geográfico e Antropológico do Ceará (Instituto do Ceará).

Representando o governador Elmano de Freitas, o assessor especial de Assuntos Municipais, Artur Bruno, reafirma que o Estado do Ceará tem compromisso com a valorização da história. “Uma sociedade que no presente não valoriza a sua história não terá futuro. Nós temos que saber quem somos, qual é a nossa identidade, por qual motivo chegamos aonde chegamos, evoluímos e temos que continuar evoluindo em todos os aspectos. É isso que nós fazemos”, afirma.

Titular da Secult, Gecíola Fonseca destaca que o movimento nordestino foi um marco de resistência e luta por liberdade para a construção do Brasil. “Nossa terra sempre foi fértil para a produção cultural e intelectual, e também para o fornecimento de ideias e movimentos que visam o bem comum. Este momento simboliza a contribuição [do Ceará] para a preservação dos ideais de justiça, democracia e liberdade que guiaram os que lutaram na Confederação do Equador, dentre eles, padre Mororó e Bárbara de Alencar”, citou.

Colegas e estudantes do Colégio Militar do Corpo de Bombeiros, Giovanna Isa Teixeira, de 15 anos, e Sarah Nascimento, 14, estiveram presentes na aula magna e falaram sobre o orgulho de ser cearense. “É necessário dar essa visibilidade à participação do Ceará. É incrível a história do nosso protagonismo nesse contexto”, diz Sarah. “É fundamental desenvolver nas pessoas o conhecimento histórico e a cultura. Assim, as pessoas vão ter uma noção do que é importante para o desenvolvimento da Nação e das pessoas como cidadãos, como uma sociedade em conjunto”, reforça Giovanna, que foi finalista da Olimpíada Nacional em História do Brasil em 2023.

Protagonismo cearense

O Ceará, ainda província, foi um dos protagonistas no movimento revolucionário que iniciou em Pernambuco, e depois se estendeu também para o Rio Grande do Norte e a Paraíba. Anos antes da Confederação, o Ceará também participou da Revolução de 1817, que foi denominada de Pernambucana, e nas lutas pela Independência do Brasil (1822).

No Ceará, a Confederação teve como um dos seus principais mentores o padre católico e jornalista cearense Gonçalo Inácio de Loyola Albuquerque e Mello, o padre Mororó – uma referência à resiliente árvore da caatinga. Nascido em uma localidade onde hoje é a cidade de Groaíras, no sertão de Sobral, ele estudou no Seminário de Olinda, em Pernambuco, sendo contemporâneo e colega do frei Caneca, do padre João Ribeiro e do padre Miguelinho.

Seis meses antes da eclosão da Confederação, padre Mororó provocou a Câmara dos Vereadores de Quixeramobim a destituir o Imperador e a proclamar a República. Padre Mororó também lançou, em 1º de abril de 1824, o Diário do Governo do Ceará, o primeiro jornal da província, do qual foi o redator e que viria a ser o órgão oficial da jovem república. Com o declínio da Confederação, foi preso e executado em Fortaleza, no antigo Campo da Pólvora, hoje denominado de Passeio Público.

Um dos homenageados com a medalha padre Mororó, o ex-governador Lúcio Alcântara defende que “não há futuro sem memória”. Ele completa: “O Nordestino, pela sua altivez, tem prestado um enorme serviço à pátria. O Nordeste tem que se orgulhar disso, tem que lembrar disso, tem que festejar isso. A nossa participação na história do Brasil, antiga e recente, é valiosa, é substantiva e nós temos que ter orgulho disso porque foi a custo de heróis, conhecidos e anônimos, que ajudaram a fazer a grandeza do Brasil”, ressaltou.

Outra homenageada, a diretora do Museu do Ceará, Raquel Caminha, fala sobre a emoção de ser agraciada. “Receber essa medalha, para o Museu do Ceará e a Secretaria da Cultura, além de uma honra, é um reconhecimento a todas as mulheres que ajudam a construir o nosso estado de uma forma mais justa, mais igualitária e mais humana. Nós vamos ter uma programação diversa junto ao Arquivo Público, incluindo exposições, rodas de conversas, palestras, conferências e repreensões de livros que relembram esse fato histórico”, detalha.

O presidente do Instituto do Ceará, general Júlio Lima Verde, destaca outras personalidades históricas. “Relembro também que nós tivemos as figuras de Tristão Gonçalves, Alencar Araripe, Pessoa Anta e Carapinima, que imolaram-se no altar da pátria sendo fuzilados, e outro que sucumbiu no Rio Jaguaribe, como foi o caso de Tristão Gonçalves. E dona Bárbara de Alencar sacrificou-se, porque praticamente entregou um filho, o Tristão Gonçalves. E o Martiniano, também filho de Bárbara de Alencar, também foi uma grande figura e, felizmente, não foi fuzilado, tornando-se presidente [da província do Ceará]”, conta.

A Confederação, segundo o presidente do Sintaf, Carlos Brasil, “é emblemática, do ponto de vista dos servidores públicos e dos trabalhadores, como um exemplo de um bom combate por ideais”, acredita.

Homenageados com a medalha padre Mororó

Governador do Estado do Ceará, Elmano de Freitas
Ex-governador Lúcio Alcântara
Presidente da Assembleia Legislativa, Evandro Leitão
Presidente do Instituto do Ceará, general Júlio Lima Verde
Deputado Federal Idilvan Alencar
Deputados Estaduais De Assis Diniz e Renato Roseno
Assessor Especial de Assuntos Municipais do Governo, Artur Bruno
Diretora do Arquivo Público do Estado, Janaina Ilara
Diretora do Museu do Ceará, Raquel Caminha
Diretor de Organização do Sindicato dos Fazendários do Ceará, Carlos Brasil.
Larissa Falcão - Ascom Casa Civil




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