A desigualdade salarial entre homens e mulheres continua sendo uma realidade preocupante no Brasil. Segundo uma pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 20 de junho, apenas 18% das carreiras analisadas apresentam uma remuneração igual ou superior para mulheres em comparação aos homens. Este artigo visa explorar os dados apresentados pelo Cadastro Central de Empresas (Cempre) referentes ao ano de 2022, destacando as disparidades salariais existentes e os setores onde a igualdade é mais evidente.
A pesquisa do IBGE analisou 357 áreas de atuação no Brasil, revelando que em apenas 63 delas as mulheres recebiam salários iguais ou superiores aos dos homens. Em média, o salário das mulheres era cerca de 17% menor que o dos homens. Especificamente, os homens recebiam em média R$ 3.791,58, enquanto as mulheres ganhavam aproximadamente R$ 3.241,18.
Essa discrepância salarial é um reflexo das persistentes desigualdades de gênero no mercado de trabalho brasileiro. Diversos fatores contribuem para essa realidade, incluindo discriminação de gênero, segregação ocupacional e diferenças nas responsabilidades familiares que ainda recaem majoritariamente sobre as mulheres.
Apesar da predominância da desigualdade salarial, o levantamento do IBGE identificou que a maior igualdade entre os salários de homens e mulheres ocorre nas entidades sem fins lucrativos. Este dado sugere que organizações com propósitos sociais e comunitários podem estar mais comprometidas com políticas de igualdade de gênero e remuneração justa.
Além disso, alguns setores específicos também mostraram progressos em direção à igualdade salarial. Contudo, a pesquisa não detalha quais são esses setores, limitando a análise mais aprofundada sobre as razões que possibilitam a maior igualdade em determinadas áreas.
A persistente diferença salarial entre homens e mulheres destaca a necessidade urgente de medidas eficazes para reduzir essa disparidade. Políticas públicas que promovam a transparência salarial, programas de diversidade e inclusão, e iniciativas de capacitação e empoderamento feminino são fundamentais para alcançar a equidade no mercado de trabalho.
Além disso, é crucial que as empresas adotem práticas que incentivem a igualdade de gênero, como auditorias salariais regulares, revisão de políticas de contratação e promoção, e a implementação de benefícios que apoiem o equilíbrio entre vida profissional e pessoal para todos os funcionários.
A pesquisa do IBGE revela uma realidade preocupante sobre a desigualdade salarial entre homens e mulheres no Brasil. Com apenas 18% das carreiras oferecendo remuneração igual ou superior para as mulheres, e uma diferença média de 17% nos salários, é evidente que ainda há muito a ser feito para alcançar a igualdade de gênero no mercado de trabalho. Medidas concretas e comprometidas, tanto por parte das políticas públicas quanto das iniciativas privadas, são essenciais para reduzir essa disparidade e promover um ambiente de trabalho mais justo e equitativo para todos.
Por: Lucinete Alves
Fonte: IBGE