Uma nova onda de calor, com temperaturas entre 3°C e 5°C acima da média histórica e com registro de até 40°C de calor, afeta municípios cearenses a partir desta terça (12) até a quinta-feira (14), conforme o monitoramento da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme). As regiões do Vale do Jaguaribe e do Cariri devem registrar o calor mais extremo.
Os mapas com a previsão das temperaturas máximas e com a comparação entre a média histórica foram repassadas pela Funceme a pedido do Diário do Nordeste. A reportagem usou o material para elaborar a lista com os municípios em que essa primeira onda de calor em dezembro deve afetar.
No período analisado, Jaguaribe pode ultrapassar os 40°C na quarta-feira (13), sendo a cidade com maior temperatura máxima no Estado.
Vinícius Oliveira, meteorologista da Funceme, pondera que o Ceará não está entre os estados mais atingidos pela onda de calor, como os locais no Centro-Oeste do Brasil, onde estão Goiás e Mato Grosso.
“Eu chamo de ‘extremos de temperatura’ para o Estado, com valores acima da média 3 dias seguidos. Nós temos as anomalias mais intensas pegando justamente a parte Oeste e sul do Ceará e o Vale do Jaguaribe”, detalha.
Em Jaguaribe e Barro, ambas no Vale do Jaguaribe, são cidades mais baixas em relação ao nível do mar e isso favorece as temperaturas mais altas, como explica Vinícius. Contudo, nesse período do ano, os valores normais seriam entre 34°C e 36°C.
A Funceme deve continuar monitorando os próximos dias para atualizar a previsão sobre a onda de calor. Para o momento, a quarta-feira (13) aparece como o dia mais crítico, com, pelo menos, 18 municípios registrando entre 39°C e 40°C.
“A gente finalizou o famoso BRO-BRÓ (setembro, outubro e novembro) e estamos num período que começa a nossa pré-estação, mas que ainda não começou, e por isso temos uma continuação dessa pouca nebulosidade”, acrescenta Vinícius sobre os fatores que explicam o aumento do calor.
Se tivéssemos uma previsão de chuva, teríamos mais nebulosidade, o que faria com que as temperaturas baixassem. Nós tivemos ondas de calor no Brasil que influenciaram o Ceará, principalmente em outubro, também ligados ao El Niño.
Vinícius Oliveira
Meteorologista da Funceme
Jaguaribe