Pesquisa da empresa Quaest encomendada pelo banco Genial mostra uma trajetória de ascensão da taxa de aprovação ao trabalho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Desde abril, o percentual de pessoas com avaliação positiva sobre o desempenho do petista subiu de 51% para 60%, o melhor patamar do atual mandato.
Na contramão disso, os que desaprovam eram 42% em abril, agora são 35%. Outros 5% não responderam ou não souberam responder.
O levantamento realizado entre os dias 10 e 14 traz outra novidade positiva para o governo. Pela primeira vez, a taxa de aprovação é numericamente maior que a de desaprovação em todos os segmentos analisados.
Nas regiões Sudeste e Sul, onde Lula teve menos votos que o então presidente Jair Bolsonaro (PL) na eleição de 2022, a aprovação ao seu trabalho subiu para 55% e 59%, respectivamente. No Nordeste, onde Lula há anos desfruta de maior popularidade, a taxa é de 72%.
Ainda que por pequena margem, a aprovação também passou a ser maior que a reprovação entre os eleitores com renda acima de cinco salários mínimos (49% aprovam ante 48% que desaprovam) e evangélicos (50% ante 46%).
Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva — Foto: Ricardo Stuckert/PR
No recorte por sexo, a pesquisa apresenta um alinhamento entre homens e mulheres, o que representa uma descontinuidade do padrão de maior simpatia feminina observado desde a campanha. Segundo a Quaest, a aprovação entre elas é de 60% enquanto a taxa entre os homens alcançou 59%, um empate técnico.
Entre as iniciativas positivas associadas ao governo as que obtiveram melhor desempenho foram o Plano Safra, de financiamento à agricultura, e o Desenrola, programa de renegociação de dívidas. Esses dois itens têm 79% e 70% de aprovação, respectivamente. Os que afirmam gostar da reforma tributária são 37%.
A Quaest também investigou os temas que mais preocupam a população. Citado por 96%, o item crime e violência lidera o ranking de "grande problema". É seguido por juros altos, com 87%; racismo, 80%; e distribuição de fake news e desemprego, cada um mencionado por 79%.
Com 2.029 entrevistas feitas presencialmente, face a face, o levantamento tem margem de erro de 2,2 pontos para mais ou para menos.
Por Ricardo Mendonça, Valor — São Paulo