A principal hipótese da Guarda Costeira dos Estados Unidos é de que o submarino da OceanGate tenha implodido. O submersível fazia uma expedição ao Titanic, a quase 4000 metros de profundidade, quando desapareceu no último domingo (18) e alguns destroços só foram encontrados nesta quinta-feira (22).
Durante as buscas, as autoridades trabalhavam com três principais teorias:
A implosão é o exato contrário de uma explosão, ou seja, é quando um objeto colapsa em direção ao seu centro. No caso da explosão, a força é liberada para fora, a partir do centro do objeto. O submarino corre o risco de implodir porque o seu interior tem uma pressão menor do que o exterior. É o que explica Thiago Tancredo, engenheiro naval e professor da Universidade Federal de Santa Catarina.
“Implosão é um efeito que acontece quando você tem uma pressão externa maior do que a pressão interna. A implosão é a perda da integridade estrutural de uma estrutura sujeita à compressão. É rigorosamente o fenômeno que acontece quando você esmaga uma latinha de refrigerante vazia: é uma estrutura de parede fina, sujeita a uma pressão externa maior que a interna, e a estrutura colapsa com as paredes indo em direção ao centro, esmagando tudo que tem no seu interior”.
Segundo o engenheiro naval Thiago Tancredo, um submarino costuma conseguir mergulhar numa profundidade de até 4 mil metros, onde se encontra o Titanic, por exemplo.
“O submarino é projetado para submergir uma profundidade de 4000 metros. Nessa profundidade ele vai estar sujeito a 400 atmosferas, é mais ou menos como se um elefante tivesse se apoiado a cada 5 cm do casco. O ser humano está habituado a conviver com uma atmosfera”.
Por isso, os submarinos fazem um controle do ambiente interno, impedindo que a pressão externa atinja sua estrutura. Esse controle é feito a partir de uma vedação e manutenção da pressão atmosférica, evitando que a água do mar entre no casco e apressão externa atinja os passageiros.
Enquanto, no fundo do mar a pressão é muito alta, no espaço a condição é contrária: foguetes possuem uma pressão interna muito maior que a externa. Exatamente por isso, especialistas acreditam que é mais seguro viajar para fora da atmosfera terrestre do que para as profundidades do oceano.
“No espaço a pressão interna da espaçonave é maior do que a pressão externa, e aí existe uma tendência de expandir o casco, o que é muito mais tranquilo e muito mais seguro do que a compressão do casco, o que acontece com o submarino. É só você imaginar facilidade que existe quando você pega uma latinha de refrigerante vazia e tenta amassar ela, com muita facilidade você esmaga”, compara o engenheiro naval.
Com a implosão, Thiago Tancredo acredita que seja difícil encontrar os restos mortais dos cinco passageiros do submarino da OceanGate. O engenheiro destaca que não é especialista para detalhar o que acontece com o corpo humano, mas que provavelmente apenas os ossos vão resistir.
Via https://gazetadajurema.com.br/