Hoje, 25 de março, DATA MAGNA DO CEARÁ. Lembra heroísmo dos jangadeiros cearenses. Recorda as lutas abolicionistas do povo cearense que no próximo ano, 2024, completa 140 anos de libertação da escravidão na Província cearense.
“No porto do Ceará não embarcam mais escravos”. Essa frase correu o mundo e agitou a Corte Imperial no Rio de Janeiro. Os jornais da capital, sede do Império brasileiro, Rio de Janeiro, estamparam a novidade, destacando os jangadeiros da Praia de Iracema (Praia do Peixe), como heróis nacionais.
Liderados por José Napoleão (negro liberto) e Francisco José do Nascimento (Chico da Matilde e depois “Dragão do Mar”), ainda em 1881 a sociedade fortalezense se mobilizou para impedir a escravidão em solo cearense. Redenção, Ceará, foi o primeiro município a libertar todos os seus cativos, ainda em primeiro de janeiro de 1883 (fez 140 neste ano).
A luta prossegui seguindo os municípios de Pacatuba, Baturité, Maranguape, Itapajé, Uruburetama, Fortaleza etc. Até que no dia 25 de março de 1884, o Governador do Província cearense, Sátiro de Oliveira Dias, decretou a libertação de todos os escravos no Estado.
Uma data muito importante para a nossa história. Infelizmente as escolas não cuidam, devidamente, de recordar esse grande fato que marcou a história da escravidão no Brasil, 4 anos antes da Lei Áurea, da Princesa Isabel. O Ceará libertou todos os cativos quatros anos antes da decisão nacional.
Caucaia tem comunidades quilombolas que aqui presto homenagem, pois foi com a resistência do africano feito escravo (fugindo, lutando contra os senhores escravocratas, formando quilombos em serras e outras regiões) que jornalistas, senhoras da sociedade, religiosos, e pequenos empresários e juristas, militares entre outras personalidades, se uniram a eles para abolir a escravidão.
Também em Caucaia tem uma base ampla da formação do seu povo que é o indígena. Povo que também foi escravizado no início da colonização. Não podemos admitir que não haja, em nosso município, políticas públicas definitivas para promover a inclusão social dessas etnias e criar melhores condições de vida e de trabalho para essa grande faixa da população.
Não podemos esquecer que pessoas socialmente excluídas e vulneráveis economicamente ainda estão sendo exploradas, como se fossem escravos, em todas as regiões do País.
Essa situação só vai ter fim quando houver uma política ampla de inserção dos mais pobres no mercado de trabalho, ensino púbico e gratuito para educar e formar seus filhos e valorização de suas culturas em ambiente saudável e com ofertas dos serviços públicos.
Em Caucaia é urgente políticas definitivas da gestão municipal para valorizar negros, índios, ciganos, marisqueiros, pescadores artesanais e demais povos tradicionais que precisam ser vistos como cidadãos e cidadãs.
Por Eduardo Solon (Jornalista – ACEJI)
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