Na quinta-feira (23/03), uma mulher foi morta a tiros pelo seu companheiro em Pacajus, a 53 km de Fortaleza. Na ocasião, o suspeito foi autuado em flagrante por feminicídio e as investigações estão em andamento sob responsabilidade da Delegacia Metropolitana de Pacajus.

De acordo com a Secretaria da Segurança Pública (SSPDS), o suspeito tentou suicídio logo em seguida, mas foi encaminhado para o hospital sob escolta policial. No local do crime, os agentes de segurança apreenderam uma arma e munições.

Dados

Conforme o painel dinâmico, plataforma da SSPDS, até o momento são sete mulheres vítimas de feminicídio no Ceará apenas neste ano de 2023. A última atualização, porém, foi feita no dia 28 de fevereiro.

Portanto, atualmente, o número já é maior do que o registrado chegando à marca de nove casos. Além dessa morte na Região Metropolitana de Fortaleza, no início de março a vereadora de Juazeiro do Norte, Yanny Brena, também foi vítima desse tipo de crime.

Em janeiro deste ano, a SSPDS divulgou o relatório parcial de crimes violentos letais intencionais no Ceará, que taxou o mês como o mais violento nos últimos seis anos. Até o dia 23 de janeiro foram contabilizadas 21 mulheres assassinadas, sendo seis delas vítimas de feminicídio.

Como explica a advogada da Comissão da Mulher, Ana Paula Rocha, há diferença entre os dois crimes. “O feminicídio foi inserido como uma qualificadora dentro do crime de homicídio, em 2015. O feminicídio é caracterizado pelo fato da vítima ser mulher dentro do contexto da violência doméstica ou pela discriminação e menosprezo do gênero”, detalhou.

Estatísticas

Os dados da SSPDS mostram que durante todo o ano passado foram 28 casos. Número esse que teve uma queda em comparação com 2021, que registrou 31 crimes dessa natureza.

No entanto, de acordo com o painel, apenas no primeiro mês de 2023 foram 7 casos de feminicídio. Quando comparado com o mesmo período no ano anterior, o quantitativo apresentou um aumento significativo de mais de 200%, já que em janeiro de 2022 foram 2 registros.

Por Janaína Sousa (ANC)

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