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Mais de 45% das famílias recusam doação de órgãos de seus parentes após morte encefálica

O Ceará é o estado brasileiro referência em transplante de órgãos, mas hoje figura em 5º lugar no ranking de número de doações de órgãos

Publicada em 04/10/22 às 15:00h - 95 visualizações

Rádio Tribuna de Iguatu


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Mais de 45% das famílias recusam doação de órgãos de seus parentes após morte encefálica
O Ceará é o estado brasileiro referência em transplante de órgãos, mas hoje figura em 5º lugar no ranking de número de doações de órgãos  (Foto: Divulgação / Redes Sociais)
Segundo a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), em 2021, 43% das famílias recusaram a doação de órgãos de seus parentes após morte encefálica. Este ano o percentual é maior, mais de 45% das famílias não concordaram com a doação. O dado é preocupante já que a vida de mais de 59 mil pessoas, que estão na fila de transplante a espera de um órgão, dependem do sim dessas famílias.  

O Ceará é o estado brasileiro referência em transplante de órgãos, mas o cenário não é diferente do de outros lugares em termos de recusa em doar. Ainda de acordo com a ABTO, o Ceará já figurou no 2º lugar do ranking de número de doações de órgãos, porém, este ano caiu para a 5ª posição. 

Em meio à situação apontada, é imprescindível a existência de campanhas contínuas para chamar a atenção sobre a importância de doar órgãos, principalmente quando há morte encefálica. “A doação de órgãos proporciona o prolongamento da expectativa de vida de pessoas que precisam de um transplante, permitindo o restabelecimento da saúde e, por consequência, a retomada das atividades normais.  Devido ao número de partes do corpo que podem ser cedidas, cada doador pode salvar oito vidas ou mais”, afirma a médica e professora do Instituto de Educação Médica (Idomed), Letícia Cristino Francisco.

A médica explica que, nos casos de morte encefálica, os órgãos que podem ser doados são: coração, pulmões, fígado, rins, pâncreas e intestino. Tecidos como córneas, ossos, pele e válvulas cardíacas também podem ser doados nesta situação.Já na morte por coração parado, somente os tecidos - córneas, ossos, pele e válvulas cardíacas - podem ser doados. “No Brasil, não é permitido o transplante de nenhum outro órgão, como, por exemplo, útero, mão e outras partes do corpo humano”, explica a professora.

Quem quer doar os órgãos, o que deve fazer?

Para quem quer ser doador, o Ministério da Saúde orienta que a primeira coisa a ser feita é avisar a família sobre a vontade. Avisar a família é importante pois é ela que, após a morte do ente familiar, autoriza, por escrito, a doação dos órgãos e tecidos.

“Não é necessário registro em qualquer documento ou em cartório, nem mesmo em testamento. Basta apenas informar seu desejo aos seus familiares. Desde 2001, quando houve alteração na legislação, o que consta na Carteira de Habilitação ou de Identidade perdeu valor, prevalecendo a vontade da família”, explica a médica e professora do Idomed.

Por: Camila Vasconcelos - Jornalista



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