Uma das soluções paliativas para garantir acesso hídrico a comunidades difusas do Ceará é a Operação Carro-Pipa, programa do Governo Federal cujo objetivo é assistir famílias atingidas por estiagem e seca no semiárido nordestino. Das 184 cidades cearenses, duas estão sendo atendidas de forma ininterrupta ao longo dos últimos cinco anos: Choró e Monsenhor Tabosa.
Os números foram obtidos com exclusividade pelo Diário do Nordeste através da Lei de Acesso à Informação. Estes dois municípios, localizados na região do Sertão Central, sofrem historicamente com os poucos volumes de chuva. Sem precipitações suficientes para abastecer os principais açudes da região, a população se vê obrigada a contar com outros recursos. Nem sempre a tarefa é simples.
"A situação é triste, bastante precária. Monsenhor Tabosa sofre há muito tempo com a falta de água. A gente tem que ir se virando como pode, mas é difícil", diz a professora Maria do Socorro Rodrigues Araújo.
Os números recentes corroboram o relato da professora. Entre 2018 e 2022, em apenas uma oportunidade ambos os municípios fecharam o ano – já contabilizando os números parciais de 2022 – com pluviometria acima da média. Em Choró, este ano está 15% acima da normal climatológica e, em Monsenhor Tabosa, 2020 foi o ano em que as chuvas ficaram 21,1% acima da média.
"Para que os danos causados pela estiagem sejam recuperados, é preciso muito além do que um ano de chuva acima da média. Leva um tempo para a recuperação", pontuou o professor da UFC, Itabaraci Nazareno Cavalcante. Em todos os outros anos deste recorte – 2018 a 2022 – as cidades tiveram déficit de chuva.
Fonte: Diário do Nordeste